Seja Bem Vindo(a)!!

Aprecie com calma e sem moderação. Esse espaço destina-se a informar. Apenas isso. Informando, pretende dialogar. Dialogando, busca engrandecer a todos que dele participam.

Muito obrigado, volte sempre.

Sérgio Cabelera

domingo, 1 de julho de 2012

CAUSA MORTIS DE UM SUICIDA


Linhas primeiras


Da esquina se podia escutar os gritos. Eram gritos assustadores, desesperados. Ouvia-se também fortes barulhos, panelas ao chão, discussões, pancadas...

Já não eram mais que onze horas e o aspecto, para quem avistava de mais próximo e pela vez primeira aquela casa, era bastante desagradável. O lixo se amontoava pelas laterais em torno da construção, as roupas, ha dias no varal ao longo da parede poente, assumiam aspecto imundo embora não necessariamente fossem velhas. Isso só, já apontava para a realidade ali vivida naquela pequena casa de sala, quarto e cozinha.

A discussão cessou.

Pelos fundos, um jovem de não mais que treze anos saiu apressadamente. As pancadas e gritos também cessaram. O jovem seguiu com a mesma pressa em direção aos fundos da casa alcançando um terreno abandonado ao matagal crescente e abundante. Apenas uma furtiva olhadela, com medo nos olhos, deu para trás. Seguiu rápido e decidido. Em menos de dois minutos venceu a distância de aproximadamente 25 metros entre a saída da casa e o mato.

Com o silêncio, o interesse pela casa deixou de existir. As horas foram passando minuto a minuto, cada um a seu tempo...

acompanhe o desenrolar dessa história

terça-feira, 19 de junho de 2012

MUDANÇA

foi aqui que nasci
aqui foi que cresci
o que importa pra mim
é a vida que construir

aqui andei, chorei
brinquei de bola,
de gude
de boneca
até quando pude

aqui aprendi a sorrir,
aprendi a chorar
combati o medo
alimentei o mudar

aqui me vi como
gente...
gente agente
da ação no
mudar!

sergio cabelera 23/07/02

domingo, 3 de junho de 2012

Jornal do Brasil - Coisas da Política - Gilmar Mendes não é o Supremo

O cuidado necessário para avaliarmos com menores riscos de enganos as notícias que nos chegam da grande mídia, passa necessariamente pela preservação de nossa memória recente. Por isso a leitura desse belo texto se faz importante como meio de nos vacinarmos contra percepções distorcidas de possíveis "fatos" fabricados - ainda que apenas no imaginário individual de alguém que se julga acima das instituições brasileiras. Independentemente do título que esse alguém carregue.

Jornal do Brasil - Coisas da Política - Gilmar Mendes não é o Supremo

segunda-feira, 28 de maio de 2012

170 anos...

27 de maio de 2012, Irará comemora seus 170 de Emancipação Política.

Uma data, sem sombra de dúvidas, importante e marcante. Certamente temos muito o que comemorarmos. Mas as nossas lamentações podem superar essas alegrias. Infelizmente...


170 anos é uma data expressiva, indica o quanto temos de História pra contar e, com ela, aprender. Mas como fazê-lo se sequer temos tido a iniciativa de conservar os marcos dessa caminhada que testemunham-na? A foto acima é EMBLEMÁTICA!! Trata-se de um dos personagens principais da clássica "Irará em Revista". Uma peça teatral escrita por Ubaldino de Almeida, o Pitaco, no início dos anos 1940 e encenada na mesma época. Trata-se da "charmosa" Prefeitura. Uma edificação em neoclássico, típico do final do século XIX e início do XX. Podemos observar que outros prédios seguiam o mesmo estilo, o que dava à antiga Rua Direita, aquela contígua à igreja matriz. Ao fundo o Mercado já de pé...
Onde está ela? No chão! Virou apenas vestígios arqueológicos e uma vaga lembrança na memória dos iraraenses que tiveram o privilégio de apreciar-lhe a sua beleza e imponência.
 

Ele é fácil. Trata-se do primeiro coreto de Irará, também do início do século passado. Nesse muitas foram as disputas entre a "19 de Junho" e "Filhos do Progresso", nossas primeira Filarmônicas, fundadas ainda no século XIX. Comparando-se sua arquitetura com o monumento que hoje conhecemos, dá até tristeza...
Na peça de Pitaco, o coreto cumprimenta a prefeitura enquanto acolhe o visitante interiorano que queria conhecer a cidade. É do seu palco que este fica sabendo que Irará tem "Sete Ruas", como nos escrevera o saudoso Jose Aristeu de Araujo.


...Eis que chegamos ao Prédio Juraci Magalhães. Imponente. Ainda hoje resguarda seus traços... Mas observemos o muro...


Desse lugar a gente iraraense se abastecia de água. Daí também surgiu, podemos dizer, a nossa tradicional Lavagem da Purificação, pois era onde se pegava a água carregada em baris no lombo de burros e jumentos para lavar a igreja. É a Fonte da Nação. Parcialmente enterrado nos dias de hoje, ainda podemos rever essa belezinha, basta boa vontade e articulação comunidade/poder constituído (Prefeitura)...


O que dizer dessa imagem... Registro conseguido por fotografia feita da torre da igreja "nova", na ocasião ainda incompleta. Reparemos no casario dessa rua. Dá pra identificar? 
É difícil comentar...


Aqui o Sobrado dos Nogueiras, na década de 1950 quando abrigava O Ginásio São Judas Tadeu. Foi para esse prédio, na década seguinte, que se instalou provisoriamente a Prefeitura quando a antiga foi ao chão para dar lugar ao Banco do Brasil. Permaneceu até o início da década de 1980, juntamente com a Câmara de Vereadores. Por enquanto está de pé. Esperamos que continue e que venha sua restauração.

 

No sítio onde situa-se o Mercado Municipal encontramos o mais doloroso de todos os descasos com nossa História: a derrubada da igreja original de Nossa Senhora da Purificação dos Campos na década de 1930. Na época, como hoje, a desculpa era abrir espaço para o progresso... Esse modelo de "progressismo" até me assusta, afinal um dia, espero, vou ficar velho, enrugado e fora de moda...


Mais uma casa da Rua Direita foi ao chão. Sem dó, nem piedade. Certamente ali será construído um novo prédio com portas de metal, ou mesmo de vidro!, para abrigar um comércio: sinônimo de progresso. Mas que progresso? Aquele que destrói a cultura, os valores, os alicerces de nosso sentimento de pertença? Aquele que desconsidera a memória, assim como o filho que abandona os pais quando estes chegam à velhice,por se tornarem "imprestáveis"?

É algo extremamente oportuno para refletirmos nesse 27 de maio.

E não é só.

Outra triste notícia, relativamente recente, é a alteração na denominação de alguns logradouros da nossa urbe. No caso as praças do Pedrão e a Tancredo Neves. A primeira passaria a chamar-se Amadeu Nogueira. A segunda Maria Bacelar. Duplo absurdo!!! Duplo atestado de ignorância e de desrespeito à nossa história, além de exagerada dose de reconhecimento aos serviços prestados por ilustres personagens da nossa História recente, por um lado, e completa indiferença por outro.


O atestado de ignorância revela-se na absurda intenção da nossa Casa da Cidadania em substituir a denominação de logradouro como a Praça do Pedrão, em absoluto desconhecimento de nossa História e, inclusive, da história do próprio homenageado cuja família é oriunda exatamente de Pedrão - lá nascera seu pai, o intendente Pedro Nogueira Portela. Além disso, Pedrão é parte de nossa Comarca e foi distrito de Irará até 13 de julho de 1962, quando emancipou-se 50 anos trás!!! A homenagem é mais que justa, afinal Amadeu era o administrador do município na passagem do primeiro centenário de emancipação política. Irará está crescendo, são inúmeras as ruas e praças a surgir. Nas proximidades da agência do INSS, implantado em terras que pertenceram à família Nogueira, temos um novo loteamento central e que abrigará uma praça. Porquê não denominar essa praça com o nome de Amadeu Nogueira? Muito mais correto.

O caso da Praça Presidente Tancredo Neves não é muito diferente. É verdade que a relação entre a História de Irará e Tancredo Neves mão das mais afinadas, por isso não vem a ser nenhum absurdo a substituição do logradouro que leva o seu nome por alguém mais presente nos anais da História Iraraense. Entretanto, com todo respeito e consideração que nos merece a "postulante" D. Maria Bacelar, não é, nem de longe, o nosso personagem mais indicado para tal. Mesmo porque, a mesma já é homenageada com uma escola que leva o seu nome! Não seria um exagero mais uma homenagem de tal envergadura? Daqui a dois anos Aristeu Nogueira, personalidade nacional de Irará e autor de quase toda a totalidade da nossa Lei Orgânica estrá completando 100 anos de nascido. Não seria algo mais justo e oportuno? 


Isso sem falar que também será, 2015, o centenário de Fernando Sant'Anna, Deputado Federal Constituinte, Deputado que teve grande influência na vinda da "luz elétrica" para Irará ainda em 1950!, o mesmo que também esforçou-se por se instalar por estas terras uma agência dos Correios e Telégrafos, do Banco do Brasil, das rodovias que nos ligam à capital e à Feira de Santana e tantas outras obras importantes que ainda hoje beneficiam a todos os iraraenses.


Assim é que observamos o quanto nossa Câmara vem prestando seguidos desserviços à gente iraraense e sua memória histórico-cultural. Chegando mesmo a nos envergonhar com determinadas atitudes e comportamentos. Nem quero falar do quase completo desconhecimento da função a que se destina a referida casa!!!

A destruição do nosso patrimônio arquitetônico, o pouquíssimo que  ainda temos, reflete exatamente esse despreparo dos nosso Edis. Enquanto ficam buscando ficar bem na fita com invencionices como a troca de nomes de ruas e praças deveriam se preocupar com a preservação da nossa História, do nosso patrimônio aprovando leis que regulamentem a utilização do solo, as construções no sítio urbano e rural do município além de dispositivos municipais para, não somente a preservação de prédios e ruas e praças,, a regulamentação dessa massa patrimonial iraraense representada por nosso casario dos anos 1910, 1920, 1930..., nossas capelas centenárias, nossos sobrados espalhados pelo município... 




Será que estou querendo muito?

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A COPA DO MUNDO É NOSSA?


Por Leandro Uchoas

Para se chegar à casa de Elmar Freitas, na comunidade Metrô-Mangueira, no Rio de Janeiro, é preciso atravessar um cenário de guerra. Andando sobre os entulhos de casas derrubadas, como se tivessem sido alvo de um bombardeio, chega-se a um casebre isolado e maltratado, com água e luz trazidos de longa distância. Por dentro, mais destruição.

Até a pia da cozinha foi roubada por usuários de crack, vizinhos infelizes que passaram a frequentar o local recentemente. No único quarto ocupado, apenas um colchão, uma TV, e o essencial à sobrevivência. Elmar é uma das 170 mil vítimas das previstas remoções promovidas pela organização da Copa do Mundo de 2014, segundo cálculo dos Comitês Populares da Copa. Em sua comunidade, próxima ao Maracanã, metade dos antigos moradores já deixaram suas casas para dar lugar a um polo automotivo.

Observando o descontentamento deles, mesmo em meio a ratos e baratas, Elmar resiste. “Tive que sair do meu antigo emprego. Não tinha condições de ficar trabalhando com o pessoal arrebentando minha casa. Até me separei da minha mulher por causa desses problemas. Infelizmente, eu fui afetado em vários aspectos: financeiramente, emocionalmente e profissionalmente”, diz.

Veja mais no sítio da Caros Amigos:

NOSSAS ESCOLHAS E NOSSA FELICIDADE

¹

Sabe aquela obrigação de agradar a todos? Pois bem, ela é mais uma das tantas imposições sociais que terminam por nos impedir a conquista da maturidade e felicidade tão desejadas...

Ninguém gosta de se vê em uma situação na qual não possa ser quem de fato é. Algumas vezes até conseguimos disfarçar muito bem, mas esse disfarce não dura muito e logo nos sentimos angustiados, enfadados e até mesmo tristes.

Aí a gente percebe o quanto somos injustos conosco mesmos... O pior disso, é que na grande maioria dessas situações, ao final, constatamos que perdemos tempo e felicidade.

É, felicidade. Por que nesses momentos aprendemos que para ser felizes não dependemos de agradar a ninguém, mas de tão somente sermos sinceros conosco mesmos e honestos com a vida. Os outros devem fazer o mesmo consigo próprios. Mas não nos esqueçamos jamais que ser sincero consigo mesmo e honesto com a vida não significa em nenhuma hipótese desconsiderar quem quer que seja, passar por sobre seus direitos e pontos de vista. Não!!

²

A nossa verdadeira obrigação é sermos felizes!! Isso sim é nossa obrigação, é para onde devem convergir todos os nossos esforços, as nossas ações... Quantas vezes jogamos fora momentos felizes por simples caprichos, simples implicâncias, vaidades?!! E é no ambiente familiar onde mais isso ocorre. Esse ambiente tão importante para o nosso equilíbrio emocional, para o nosso crescimento pessoal é onde mais desperdiçamos oportunidades de consolidarmos nossa felicidade, por mais que repitamos todos os dias o desejo de ser felizes. Infelizmente, esse desejo - embora real - não se converte em atitudes ou ações voltadas para a nossa felicidade pessoal...

Os exemplos para o que digo são muitos e cotidianos.

Dentre todos o mais clássico dos exemplos é a nossa insistência em querer acreditar que os outros são aquilo que imaginamos que sejam, quando nós mesmos sabemos o quanto nos esforçamos para nos aproximar daquilo que as pessoas esperam de nós. Isso independentemente de relacionamentos afetivos.

Por falar em relacionamentos afetivos, quantos casamentos não afundam por causa dessa expectativa exacerbada ou detalhes absolutamente insignificantes que assumem, na nossa visão distorcida da vida e da nossa felicidade, dimensões insuportáveis simplesmente por não se adequar ao nosso modus vivendi particular. Vejamos o caso de uma simples toalha sobre a cama ou um lençol mal esticado após um cochilo após o almoço, ou mesmo ao acordar pela manhã, uma sandália fora do "lugar correto"... e essas pequenas coisas ganham maior importância do que a nossa felicidade, do que a paz em nossa casa, em nossa vida...

Assim é que a nossa felicidade, a nossa PAZ é resultado de nossas escolhas, por mais banais que elas possam aparentar. E uma vez feita a escolha, não adianta apelar para os santos e anjos. Esses bem que tentaram nos alertar, mas nós, em nossa autoconfiança alicerçada em nossas paixões transitórias, fugazes...

³

Depois, como diz o dito popular: Inês é morta.


Créditos das imagens:
1. http://www.taboaonews.com.br/wp-content/uploads/2011/07/felicidade_1_1.jpg
2. http://1.bp.blogspot.com/-j2ws5CjI2rM/TzDbdJ7iATI/AAAAAAAABsI/0L8ar6eHmd8/s1600/best_blog_brasil.jpg
3. http://euamorodrigovila.files.wordpress.com/2011/08/felicidade-1.png

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Altamiro Borges: Querem acabar com o regime público

ENQUANTO TANTA GENTE FAZ USO DA INTERNET PARA FALAR BOBAGENS, CURTIR E COMPARTILHAR FRASES PRONTAS E REQUENTADAS, MUITAS VEZES MAL, OS ÓRGÃOS ESTABELECIDOS QUE TRATAM DOS NOSSOS DIREITOS ESTÃO ARMANDO CONTRA NÓS.

COMO EXEMPLO VEJAMOS ESSA INFORMAÇÃO DIRETO DO BLOG DO MIRO.

EM SEGUIDA VAMOS SOCIALIZÁ-LA.

Altamiro Borges: Querem acabar com o regime público: Do sítio do Instituto Telecom : Enquanto a sociedade civil defende que a banda larga seja prestada em regime público, um conselheiro...

sábado, 21 de abril de 2012

Aborto: Congresso pode reverter decisão


O jornal Diário do Comércio publicou em seu site uma reportagem do jurista Ives Gandra Martins falando sobre o aborto de anencéfalos.

De acordo com a tese do jurista a única saída para as entidades contra o aborto reverterem a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) – que autorizou o aborto de fetos anencéfalos – é apelar ao Congresso pela anulação da nova regra.

De acordo com o advogado, o Congresso pode tomar a decisão com base na prerrogativa de que ele deveria decidir sobre a questão do aborto com a criação de legislação específica; e não o Supremo, com base em sua avaliação.

Gandra é um dos juristas que assinaram um documento defendendo o voto contra a legalização do aborto de anencéfalo pelo STF. No documento, denominado memorial, os juristas – que formam a União de Juristas Católicos de São Paulo e União de Juristas Católicos do Rio de Janeiro – afirmam que os defensores da proibição total do aborto não foram ouvidos pelos ministros antes dos votos. Em entrevista do Diário do Comércio, Martins observa ainda que a decisão do Supremo vale e deve ser respeitada. Veja a seguir os principais trechos da entrevista:

Diário do Comércio – Como o senhor avalia a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o aborto de anencéfalos?

Ives Gandra Martins –  A decisão está tomada e vale. Eu entendo, do ponto de vista exclusivamente acadêmico, que foi uma decisão incorreta. Eu entendo que o Supremo não tem essa competência, com base no artigo 103 parágrafo segundo da Constituição Federal. O correto seria o STF esperar uma decisão por parte do Congresso sobre o assunto. Assim,  houve uma invasão de competência da Justiça no Legislativo. No mais, o direito à vida é inviolável. E nossa legislação garante que a vida começa na concepção.



DC – Como fica agora?

Martins – O problema é se determinar, a partir de agora, uma anencefalia com absoluta segurança. Isso não é fácil para a Medicina. Por outro lado, o direito à vida não é determinado se o feto está bem ou mal formado. Se pensarmos assim, o doente terminal também não tem condições de sobreviver, então vamos legalizar a eutanásia. A vida é inviolável, mas se você a relativiza dizendo que alguém não tem condições de sobreviver, pode-se matar esse alguém.

DC – Como o senhor vê a atuação dos magistrados que votaram contra?

Martins – Com todo respeito que tenho pelos ministros do Supremo, acho que o ministro (Enrique Ricardo) Lewandowski foi muito claro, ao dizer que "não temos competência para decidir"; e o ministro (Antônio Cezar) Peluso também foi muito claro em dizer que "a vida é inviolável", e o que está na Constituição não pode ser interpretado de modo diferente. E essa é a nossa posição.

Martins – Só se o Congresso resolver anular a decisão. Porque o Congresso pode anular, com base no artigo 49 inciso onze da Constituição [cabe ao Congresso Nacional zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes].

DC – É a única saída das entidades contra o aborto? Pressionar o Congresso pela anulação da decisão do STF? 

Martins – É conseguir que o Congresso reverta a decisão, dizendo que houve invasão de competência.


ASSISTA AQUI O DOCUMENTÁRIO "FLORES DE MARCELA" COM CERCA DE 15 MINUTOS, ONDE ASSISTIMOS LINDOS DEPOIMENTOS DA FAMÍLIA DE MARCELA DE JESUS, CRIANÇA ANENCÉFALA QUE VIVIEU POR UM ANO E OITO MESES CERCADA DE AMOR E CARINHO. 




fonte: http://www.radioboanova.com.br/novo/noticiajornal.php?NOTCODIGO=143

domingo, 8 de abril de 2012

DICA DE LEITURA

A leitura é uma das atividades mais prazerosas de que podemos desfrutar. Por isso mesmo tenho muita saudade dos velhos tempos em que podia me deleitar diariamente por mais de duas horas em leituras. Isso sem falar dos anos que passei ganhando algum troco em troca da leitura (algo que ainda escreverei aqui nesse blog).
Tentando retomar alguma regularidade na leitura diária (que não a virtual, ou digitalizada), vou compartilhar algumas dessas leituras com vocês.


¹

Para iniciar, reli recentemente um livro-crônica do, em minha modesta opinião, melhor autor latino da contemporaneidade: Gabriel Garcia Marquez. MARQUEZ ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1982 com um dos textos mais formidáveis da Literatura Mundial no século XX - Cem anos de Solidão (lançado em 1967). Sua estréia no mercado editorial se deu em 1955 com a novela ENTERRO DO DIABO.

O estilo de Marquez é daqueles que lançam o seu leitor dentro do texto e ali o mantém até que complete a leitura do enredo por completo. Ler seus textos é sempre divertido. A fluidez com que desenvolve suas tramas, a descrição dos cenários e personagens, os matizes psicológicos dos tipos humanos (nós) caracterizados, são sempre um convite ao mergulho literário.São muitos os sucessos editoriais de GGMarquez. Entre os quais destaca-se, evidentemente o premiado Cem anos de solidão, mas também merece destaque a deliciosa novela O General em seu Labirinto, ou Ninguém escreve ao capitão e, só pra citar mais dois,  O amor em tempos de cólera e o último de sua Lavra: MEMÓRIAS DE MINHAS PUTAS TRISTES, título que merece um Post específico. Leituras mais que recomendadas!!!

²

Assim se dá em Crônica de uma morte anunciada

Essa é uma novela cujo fim (como é próprio dos folhetins televisivos) já se sabe logo de primeira, ainda na primeira página do livro. Isso, é claro, instiga o leitor. Leva-o, ainda que inconscientemente, de imediato para as páginas do livro, pois como se pode entender as circunstâncias de algo tão absurdo! Uma morte anunciada  e efetivada??! Quais as circunstâncias envolveram o fato? O que fez a persogam principal para merecer tal fim? Porque ninguém impediu, já que fora anunciado o fato?

São muitas as perguntas, todas elas respondidads magistralmente por seu autor.

Assim, quero deixar a você, internauta, essa dica de leitura.  Até a próxima dica!!


¹Gabriel García Marquez. In: http://arnalduda.blogspot.com.br/2011/07/livro-cronica-de-uma-morte-anunciada.html² http://cvidecarlos.blogspot.com.br/2010/05/metonimia-literaria.html

quinta-feira, 15 de março de 2012

FALANDO DE POESIA

A poesia é algo que encanta. Encanta inclusive aqueles que dizem não gostar dela...

Muitas vezes se pensa, e isso é a maioria da gente, que poesia é aquilo que está impresso em papel e verso, de preferência rimado. Acontece que a poesia, assim como o barro que pensamos estar moldando e que, e verdade, ele é que nos molda, como diz o poeta Paulo Leminski¹


o que o barro quer 


o barro toma a forma 

que você quiser

você nem sabe

estar fazendo apenas

o que o barro quer 


Assim a poesia é independente. Ninguém pense que a pode domá-la. Não.

Essa é uma reflexão que expressa o dizer do poeta Damário DaCruz: 


²

Isso é poesia!



Créditos:¹ http://pauloleminskipoemas.blogspot.com/2008/09/o-que-o-barro-quer-paulo-leminski.html²http://www.youtube.com/watch?=6lSK1XPkXH8&feature=share

quarta-feira, 14 de março de 2012

POESIA DÁ EM ÁRVORE

¹


Dia 14 de março é o dia da poesia brasileira!

Uma justíssima homenagem ao nosso inesquecível "poeta dos escravos", Antonio Frederico de Castro Alves. Nascido exatamente em 14 de março de 1847 na fazenda Cabaceiras, próxima à vila de Curralinho, hoje cidade de Castro Alves, no Estado da Bahia. 

Poeta famoso por sua verve lírica, com apenas 22 anos presenteava a Literatura Universal com os versos de O Navio Negreiro, a partir do qual, especialmente, ganhou a alcunha de poeta dos escravos

Pois bem. Graças a Antonio Frederico pude comprovar hoje, 13 de março de 2012,165 anos após o seu nascimento, que POESIA DÁ EM ÁRVORE.

Foi exatamente a sensação que tive ao adentrar nessa data os portões do Colégio Estadual Joaquim Inácio de Carvalho - CEJIC, Irará - terra de Tom Zé.

²

POESIA DÁ EM ÁRVORE. E das árvores elas nos convidam  a viagens para além daquilo que possamos ver, estritamente vinculado àquilo que somos levados a sentir.

Da árvore vi caindo poetisas do feitio de Nadja Cerqueira, Juci Freitas, Edma Oliveira, Cora Coralina, Cecília Meireles... Todas nos convidando, insistentemente, para vivermos, vivermos intensamente a magia da nossa poesia pessoal com todas as suas vertentes, todos os seus versos.


²

Da árvore também vi caindo versos de poetas como Plácido Suares, Manoel Planzo, Edilson Paulo, Sérgio Cabelera, Raimundo Braga Martins, Mário Quintana, Carlos Drumont... intensamente vívidos, intensamente presentes, marcantes, pulsando o peito, fazendo-o mais vivo, mais humano em cada métrica, acentuada no cordel de Kitute de Licinho que também caía da árvore, em cada rima, ou não...


²

E como se não bastasse toda a revolução poética, também vi, mais uma vez, que poesia dá Rock, dá Reggae, dá Música com LETRA MAIÚSCULA tocada por gente jovem com "J" de JUNTOS, de JOVIALIDADE, de JARDIM, onde crescem as plantas e tornam-se árvores... de poesia, de música, de rock, reggae... Tudo isso com uma batera absolutamente cordial para com o meio ambiente e a criatividade de que só quer se divertir:

²

Enfim, como disse Afonso Romero:

²

Aliás o próprio Castro Alves um dia nos disse, e continua a dizer em:

AS DUAS FLORES ³

São duas flores unidas
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo,no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!



Créditos:¹http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-nacional-poesia.htm²sergio cabelera³http://pensador.uol.com.br/pensamentos_e_poesias_de_castro_alves/

domingo, 11 de março de 2012

KONY 2012 (legendado & completo) HD - Divulgue!

ESSE VÍDEO-DOCUMENTÁRIO MOSTRA UMA DAS GRANDES ATROCIDADES QUE VEM OCORRENDO EM NOSSA CONTEMPORANEIDADE. ASSISTA-O COM ATENÇÃO E DIVUGUE-O O MÁXIMO QUE POSSAS.

O MUNDO AGRADECE!

quarta-feira, 7 de março de 2012

A MORTE É UNS MOMENTOS A VIDA UMA ETERNIDADE





Romper à vida aos berros natais

Tão necessários à respiração!Respiração,vezes muitas,afoitas, fracas, insólitas.Surgir à vida loucaDe toda manhãQue se afasta ao meio-diaEm ponto.E retorna sempre solta...Vida que muito pede,Oferece, doa a todos!Todos!!Sem excessão,Veem-se tórpidos nessa rede.Vida e morte: sinônimos antônimosDe homem-natureza, invésInvés,Natureza-homem,Perigos e demônios!Vida que fastiga o ser,Malha-o, deixa-o pobre.


Pobre,
O homem natureza,
Perdido e afoito se vê.

Morte que a quase todos assusta.Do mesmo modo como tudo a que, -Quê!!?-Ignoramos preceitos.E jamais, todos, achamos justa.Morte que sempre vem lúdica,Recrépta de tudo imagens.
Imagens...Boas, ruins...Sempre púdicas.Morrer sem crer estar morrendoViever com harmoniade carinho e de féFé,na vida que vives,ampliando teu ser a cada dia!Viver sempre em sua eternidade, crendo na vida.












Na VIDA!!

E quando morrer...Crer estar ainda mais, vivendo!!Ter na vida uma filosofia de amor,paz, alegria...Alegria...Po-la sempre à mesa da jantaA vida é e sempre será, pudor!Ser sempre sorridente.Feliz contigo, comigo...



Comigo,que sou rio alagadoem vida, como todo vivente.
Ter em vista algo seguro:Conquistar a vida e estar para a morte.

Morte...Ela que sempre te rodeia,Foi e sempre será do passado!Nunca do FUTURO!!!
Ninguém vive para morrer,Todos vivemos para viver.


Viver:
amar as flores e os pássaros,
os homens, as crianças a correr!
A vida é muito mais que simples momentos.
E os momentos, momentaneamente, vida!

Vida...
de conquistas, derrotas...
tudo repleto de acalantos.
Crer sempre na vida
como uma bênção,

UMA BÊNÇÃO!!
dada pelo PAI, e assim
impossível ser reprimida!
Lembrar sempre de não crer na sorte.

Ou no azar!
Azar...
também não existe, inverter o sentido
já basta, já rima com morte!


A vida são conquistas.
Ganhas ou perdidas...
Perdidas??

Não!!! Sempre ganhas, ainda que não
São sempre conquistas.
Crer sempre na vida como verdade.
E crer que a morte...

A morte...
É um findável momento...

A vida,
A VIDA uma eternidade!!!



em memória de meu pai, o velho "Migué Ramo".

domingo, 4 de março de 2012

DO BLOG DE ROBERTO MARTINS

Fernando Sant’Anna, a parte e o todo

FERNANDO SANT'ANNA nos anos 1980

Em Irará, os comentários da morte de Fernando Sant’Anna não devem ter sido diferentes dos de quando ele era vivo. “É daqui, mas fez o que pela terra?”, muitos podem ter questionado. 

Sim. A reposta pode ser dada com citações de algumas obras ou realizações na cidade. No evento no qual lhe foram prestadas homenagens, acontecido em maio de 2011, algumas delas foram citadas. 

Entre as mencionadas, a Rodovia BA 084, a construção da grande agência dos Correios e Telégrafos, a vinda do telefone, além de outras conquistas para o município, nas quais Fernando teria participação. 

Mas, pensar assim é pensar pequeno. É só olhar para a parte e esquecer o todo. É pensar no varejo. E Fernando Sant’Anna era da política do atacado. Um daqueles, hoje raros, homens públicos com atenção dedicada, principalmente nos seus exercícios parlamentares, às grandes questões nacionais e da humanidade. 
 
Por isso, melhor do que citar benfeitorias em Irará, conquistadas com alguma influência de Fernando Sant’Anna, melhor seria dizer que o ex-deputado não se limitou à sua cidade natal, como faria qualquer político provinciano.  A sua batalha era pela pátria como um todo. 

A luta se dava em campos como o da defesa pela soberania nacional, entre outros. Fernando Sant’Anna, nosso conterrâneo, foi um dos articulistas da grande campanha nacionalista “O Petróleo é Nosso”, ocorrida na década de 1950. 

Aquela empreitada contribuiu para o nascimento da Petrobras. Com a gênese de uma petrolífera nacional veio também o direito dos próprios brasileiros explorarem e comercializarem o ouro negro, antes adormecido sob o sagrado solo desta nação. 

E a Constituição de 1988 e todas as suas garantias democráticas? Fernando foi um Deputado Constituinte e participou ativamente da elaboração da Carta, considerada umas das mais avançadas do mundo. Se suas prerrogativas são desrespeitas, isto é outro assunto.  

Agora é história. Chegou o dia de Fernando Sant’Anna ser atingido pela “fatalidade cósmica”*. Fica o seu exemplo do fazer política. A política do dialogo com o discordante. A política dos ideais. 

A grande política, em contraposição a pequenez desta que se tem visto por aqui. Onde tribunas são ocupadas para “diz que...”. Onde cada qual parece mais preocupado em cuidar de suas partes e particularidade. Onde os partidos são repartidos. 

É claro, a toda regra há exceções. Vez em quando um cometa passar por esta província e deixa por aqui uma centelha idealista. Algum “maluco beleza” qualquer, sabedor de que a parte contém o todo, pois, “a letra A tem meu nome”, como cantava Raul.

* O termo foi usado por Fernando Sant’Anna para se referir à morte quando o entrevistei em 2005 para a escrita de monografia sobre a militância de Aristeu Nogueira. 
** Imagem - Fernando Sant’Anna nos anos 1980 em foto da Galeria dos Iraraense Notáveis – Acervo da Casa da Cultura de Irará 

sábado, 3 de março de 2012

ORTODOXISMO NO PARLAMENTO BRASILEIRO: AMEAÇA QUE CRESCE

POR MEIO DO TWITTER EM POSTAGEM DO , CHEGUEI AO BLOG http://www.domomb.blogspot.com/2012/02/frente-parlamentar-evangelica-do.html E REPRODUZO UMA MISSIVA ALI PUBLICADA, POIS A MESMA PÕE EM DISCUSSÃO, E CHAMA PARA O DEBATE, UMA SÉRIE DE QUESTÕES MUITO SÉRIAS E QUE TEM POSTO EM RISCO NOSSA SOCIEDADE, EMBORA O DISCURSO DE SEUS DEFENSORES SEJA O INVERSO...

Frente Parlamentar (ou prá lamentar?) Evangélica do Congresso Nacional: barricada de artilharia conservadora?


Prezado Deputado João Campos,

Encontrei contigo numa certa oportunidade quando fazias campanha eleitoral no Conjunto Fabiana em Goiânia, para reeleição à Câmara dos Deputados. Perguntei-te sobre por qual partido concorrias e me respondeste que era pela PSDB, o mesmo de José Serra, de FHC, Eduardo Cury e de Marconi Perillo. 

Há pouco soube que és líder da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional. Sei que és evangélico. Não sei se és pastor ou leigo nem a qual denominação pertences. Apesar de minha ignorância, as informações sobre tua atuação no parlamento são suficientes para as questões que levantarei aqui sobre ti e os serviços que prestas como deputado e como cristão.

Nota bem, Campos, a questão de fundo, o problema social que vitimiza e mata milhões de mulheres em nosso País não é nem pensado e quanto mais enfrentado pela Frente Parlamentar (ou prá lamentar?) Evangélica. Penso que essas questões de aborto, de casamento gay, de homofobia e tal são mal colocadas, tanto por vocês quanto por setores do governo federal.  Setores esquerdistas (termo de acordo com o que define I. Lênin) só fomentam debates histéricos, moralistas e superficiais, alimentando o ódio e sentimentos conservadores. Penso que se deveria encaminhar projetos relativos à saúde pública e, principalmente, à saúde das mulheres, onde se situa o problema do aborto. Posições abortistas e antiabortistas não resolvem nada. Quanto aos problemas morais deveríamos deixar que cada instituição religiosa abordar no interior de suas igrejas. Dogmas morais não deveriam ocupar o tempo, a energia e o dinheiro público, que paga parlamentares e ministros nem ser usado para rinhas de grupelhos atrasados. 

Proponho também líder João Campos que vocês tratem da reforma agrária, da reforma urbana, da reforma das comunicações, da reforma política, da reforma da educação, da reforma da saúde, da reforma do sistema econômico, para racionalizar os juros e a produção etc, mas de acordo com os interesses e necessidades da maioria do povo brasileiro e da soberania nacional. É isso que interessa. Se vocês continuarem na linha de ação em que estão não restará nada mais se não vergonha e constrangimento por parte de milhões de cristãos que se decepcionam com tanto conservadorismo e traição aos interesses sociais, como os que mobilizavam Jesus. Concorda deputado João Campos?

Bueno, finalmente te pergunto, como perguntei ao recluso deputado estadual Fábio Sousa: a qual dos deuses segues? Ao pregado pelo neoliberalismo, ideologia  vértebra de teu partido, do Demos e do PPS, excludente, concentradora de riquezas e de renda, na defesa dos ricaços e poderosos, ou a Jesus? 

Como me disponibilizei ao deputado Fábio, que fugiu e corre risco de não se reeleger, me disponho a conversar contigo para avaliarmos novos caminhos, novas possibilidades. Aceitas ou fugirás, também?

Na semana passada questionei o deputado estadual Fábio Sousa, do mesmo teu partido, mas ele fugiu e não respondeu nenhuma de minhas questões. Contudo, percebo através dos inúmeros acessos às matérias que escrevi àquele parlamentar, a e-mails que recebi e a reações pelo Twitter e pelo Faceboock que o lhe perguntei faz sentido a muitos brasileiros. Pena que ele fuja e não se integre ao debate, inclusive para crescer e mudar se tiver vontade. 

Respeitosamente levanto algumas das mesmas questões a ti. Posteriormente colocarei questões mais específicas ao teu âmbito de atuação. Ajuda-me a entender o seguinte dilema, deputado João Campos: és evangélico e como tal cristão confesso e praticante. Na condição de cristão segues Jesus, o Cristo. Ora, Jesus viveu, lutou e morreu na condição de pobre e não usurpou ser arrogante, poderoso e acusou os fariseus de túmulos caídos (forte, não é?), de víboras e disse que as prostitutas, os pobres e os publicanos os precederiam no Reino de Deus. Jesus condenou as riquezas e os ricos que dela usufruíam sem consideração com os pobres. O modelo de vida que entregou a seus discípulos foi o de servir principalmente os pobres. Está certo? 

Aqui levanto a ti questões que apresentei ao fugitivo pregador e deputado Fábio Sousa. Se és seguidor de Jesus, o mesmo relatado pelos 4 evangelistas, pobre, perseguido, traído, que não tinha nem mesmo o privilégio das aves e raposas, com seus ninhos e covis para descansar; ele não tinha onde reclinar a cabeça, militando num mundo marcado por belos palácios e mansões que abrigavam os mandões da classe escravocrata e dominante da época, como bem mostram a história e a arqueologia, além do Novo Testamento; mesmo assim preferiu fielmente seguir a trilha dos lutadores e mártires do povo, tu, na condição de seu seguidor, integras o caminho de um partido comprometido até às raízes dos mais escondidos cabelos com os dominadores do poder de exploração, com a corrupção, com a entrega dos bens públicos à máfia nacional e internacional dos cassinos e dos ladrões.  Como podes, irmão João Campos, professar que segues o mestre da vida que ensinou que buscássemos o “... o Reino de Deus e sua justiça...” e, ao mesmo tempo, seres membro de uma visão política direitista, reacionária, autoritária, apoiadora da injustiça, a mais extremada possível, geradora de desemprego, de miséria, de perseguição aos trabalhadores e pobres, como acontece em São Paulo e em São José dos Campos, onde governador e prefeito de teu partido seguem meticulosamente a cartilha neoliberal, essência do programa de tua grei política também aplicada em Goiás pelo Governador Marconi Perillo, que persegue os professores, quebra a educação e a saúde, tão fundamental ao desenvolvimento com qualidade de vida para redimir os trabalhadores e os pobres da miséria e da pobreza? Eu não conheço tua história pessoal nem as razões de tuas escolhas, certamente diferentes do escorregadio deputado Fábio Sousa, cuja família é dona de TV, talvez comprometida com setores dominantes da mídia que serve a propósitos imensamente escusos no Brasil e na América Latina, mas conheço os males práticos de teu partido e do que suas estrelas fizeram quando no exercício dos poderes públicos, usando-os a serviço dos poderosos, dos mesmos que empobrecem, geram injustiças, aliados internacionalmente aos bancos que quebram países e arrebentam com os direitos humanos, como acontece na Grécia, na Espanha, em Portugal e nos Estados Unidos. 

Conheço bem Jesus e sei onde ele atuaria hoje e não seria ao lado dessas raposas nacionais e internacionais que tanto infernizam o mundo. É evidente que os dois são incompatíveis. Um crucificaria o outro. Sabes quem faria o que, não é? É aí que se instala minha angustia em relação a ti e a outros que seguem Jesus e professam fé no inferno gerado pelo que há de mais putrefato na classe dominante: será, deputado João Campos, que tu segues a dois senhores?  Será que tentas conciliar Jesus com maamon, o salvador com o deus do dinheiro, o pior dinheiro? Não te preocupas com isso? Não temes ser rejeitado pela história e servires de vergonha para muitos que alegam que uma coisa é seguir Jesus e outra é o olhar para “crentes” que só pensam em usar o poder para enriquecimento de suas igrejas e de suas famílias? 

Outra linha de questionamento é com relação à falada Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional, da qual és líder. Os testemunhos sobre a ideologia desse grupo integrado por deputados e senadores eleitos pelo povo, para servir aos interesses e necessidades dos cidadãos, são os piores possíveis. Pior em que sentido, meu irmão? Ora, esse grupo é profundamente conservador, reacionário e defende injusta ou equivocadamente causas que não são as da maioria de nosso povo, principalmente seus setores produtivos, trabalhadores e pobres, no que tange aos direitos humanos. Diga-me sinceramente, deputado Campos, lutar contra gays, dar aparência de homofobia, kit gay, concessões de rádio e de TV, camisinha e outras preciosidades é de interesse da maioria de nosso povo e de suas gritantes necessidades? Comportar-se com tanto ódio em relação a opiniões e reflexões pessoais de personalidades do governo é cristão e inteligente? Aí mais uma dúvida: como podem pregadores do Jesus que tanto amou odiar tanto como os membros de sua bancada evangélica?  Não sou eu que o digo, meu irmão, mas um ateu para quem vocês fizeram muito feio quando desrespeitosamente perseguiram, humilharam e constrangeram o ministro Gilberto Carvalho, um cristão como vocês, embora siga Jesus por um caminho mais próximo da defesa dos pobres. 

Maurício Dias, escrevendo na Carta Capital, citou o aludido parlamentar ateu que participou da audiência com o ministro e se escandalizou com tanta ofensa. O parlamentar descreveu a situação: “Os olhos dos senhores parlamentares disparavam chispas de fogo, ódio, raiva e intolerância diante daquele enviado do Maligno que se tornara ministro (…). O clima era pesado. Aquela reunião e a Inquisição têm tudo a ver. Tenho certeza que não exagero. O problema para eles era não poder acender a fogueira. Restavam-lhes as línguas de fogo, prontas a queimar o demônio pecador”. Vergonhoso o testemunho de seguidores de Jesus, deputado Campos.  O que parece, meu irmão, é que certos seguimentos evangélicos e católicos no Brasil dão a marcha ré em retorno à Idade Média, agarrando-se à Inquisição, comportando-se como donos da verdade, antidemocráticos e autoritários. A verdade da qual se sentem donos é a dos que dominam, enriquecem em cima do trabalho e produção dos explorados, inclusive empresários altamente patriotas e de visão social, massacrados pelos juros altos, fruto da pressão dos banqueiros, homens e mulheres que investem na produção e que contribuem com o desenvolvimento do País, com quem também a bancada evangélica não se importa.  

Tu te alias a essa linha de escarnecedores, deputado João Campos? Esse grupo de tristes colaboradores do demônio alia-se a espíritos fracos e pobres como o Padre Marcelo Rossi, uma marionete boba, manipulada pelos que querem o povo alienado e apático quanto a luta por seus direitos. Esse padre milagreiro e fanfarrão, de sub intelecto, propõe-se a unir-se aos evangélicos moralística e farisaicamente  para protestar contra a aprovação do aborto. Ora, o que ele entende de mulher, de aborto, de família (sei apenas que ele é um filhão mimado, mas isso não lhe dá conhecimento para entender de mulher e de família) e de políticas públicas para sair por aí a mobilizar em torno de dogmas e de “verdades” medievais? O Pe. Marcelo é suspeito de conservadorismo, pois levou José Serra às suas missas, para apoiar como canditado a presidente em 2010, o privatista mor, contra quem há denúncias de graves desvios de dinheiro das vendas das estatais que perversamente fez, de fechar os olhos para os crimes de depósitos de dinheiro auferido de vendas de bens públicos e depositados em paraísos fiscais por sua filha, segundo provas conseguidas por Amaury Ribeiro Jr, autor do recente livro “Privataria Tucana”.

Abraços sinceros e fraternos.


Crônicas Carobenses - A verdade dói

Rapaiz... qui trabai damiséra é esse??!!! Cuma é qui adispois de mais de trinta ano, me vem essa história de Terra toda Plana!?? Inda...