O Sol nascia
A brisa da manhã,
doirada pelo brilho do astro Rei
O canto dos pássaros balsamizava
a manhã que,
divinamente, surgia
O vai e vem do ar
carregado de vapor d'água
cristalina, brilhante e serena
Inundava cada narina,
Cada poro de vida...
... ... ...
E quando aquela sombria senhora
Se deu por se aproximar,
Serenamente olhei-lhe nos olhos
E sem sorrir,
E sem chorar,
Lhe disse de soslaio
Como quem responde o nada
Ou como quem balbucia,
indiferente:
- Dá licença minha senhora
Chega de enganação.
Não me venha corromper-me
a mim mesmo e meus sentidos.
Se existo
e para existir
Fui criado,
Me desculpe
mas dispenso
vossos serviços infiéis.
Como o Sol
que todos os dias nasce
Aceite meu adeus,
que imortalmente continuarei
a viver!